13 de outubro de 2023
O Projeto REVISOR – Reabilitando Vidas, Sonhos e Rotas, da Faculdade do Vale do Jaguaribe em parceria com a Prefeitura Municipal de Russas, visa contribuir com a dinâmica dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que se encontram à espera de acompanhamento fisioterapêutico no município de Russas.
A ideia surgiu durante a experiência do estágio ambulatorial em fisioterapia no Centro Especializado em Reabilitação (CER) da prefeitura de Russas, que teve como proposta principal desenvolver uma experiência prática de assistência por parte dos alunos do 9º período do curso de Fisioterapia às pessoas que possuem indicação para realização de atendimento fisioterapêutico. Nessa vivência, o professor Jean Mendes, que coordenava a ação dos estagiários no CER, tomou conhecimento da problemática envolvendo a fila de espera para a fisioterapia e sentiu a necessidade de ampliar, otimizar e agilizar a resposta a esses usuários. Atualmente, a fila de espera possui pouco mais de 400 pacientes, na qual alguns estão aguardando atendimento há quase 6 meses. Assim, para dar assistência de uma forma mais específica é necessário traçar um perfil desse público, compreender a demanda de forma clara e consequentemente intervir.
Dessa forma, o projeto REVISOR objetiva estabelecer um fluxo de assistência que otimize o tempo na fila de espera e que garanta maior efetividade no tratamento, tendo em vista que quanto antes ocorrer o início do tratamento, maiores são as chances de sucesso. Para estabelecer o perfil real da fila de espera, será feito um mutirão de avaliações que contará com a participação dos acadêmicos do 10º período de fisioterapia da FVJ. O protocolo de avaliação inclui aplicação de questionário estruturado para identificar aspectos relacionados a funcionalidade do paciente no dia a dia, exame físico-funcional, correlação com diagnóstico clínico e prognóstico fisioterapêutico. A partir disso os pacientes receberão uma resposta profissional quanto a sua condição de saúde, terão também algumas instruções de acordo com o problema, encaminhamentos caso seja necessário e possível encaixe em grupos terapêuticos.
Estabelecer um fluxo bem estruturado e criterioso é fundamental para que qualquer equipamento que trabalhe com prestação de serviços possa dar respostas efetivas aos problemas. Dessa forma, além dos atendimentos com proposta reabilitadora, propriamente dita, pretende-se fomentar momentos voltados para educação em saúde com pacientes que estagnaram quanto ao avanço funcional, mas que ainda precisam de orientações referentes a atividades de vida diária e esse tipo de intervenção deve estender-se aos cuidadores. Além disso, pretende-se desenvolver cartilhas que auxiliem na execução de exercícios prescritos para realização em domicílio.
É importante destacar também a criação de grupos terapêuticos de acordo com a patologia e/ou condição funcional dos pacientes. Por fim, outro ponto que merece destaque é o fato desse tipo de projeto impactar diretamente na formação dos acadêmicos, pois tem a oportunidade de vivenciar práticas de forma supervisionada por profissionais capacitados, acesso a debates sobre os mais diversos casos e a possibilidade de desenvolver pesquisas e estudos baseados nesse tipo de experiência.