Evento realizado ontem, 8, contou com oficinas, seminário, além de prestação de serviços à comunidade
“Nós queremos o desenvolvimento de uma sociedade plena. Isso é um sonho? Não. Isso é possível!”. A frase foi dita ontem, 8, pela coordenadora do curso de Serviço Social da Faculdade do Vale do Jaguaribe (FVJ), Ângela Madeiro. E para mudar uma realidade é preciso conscientizar, debater e pensar o mundo criticamente. Esses foram alguns fundamentos da Semana Comemorativa ao Dia Internacional da Mulher.
Pela manhã, os cursos de Serviço Social, Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia realizaram ações gratuitas na Praça da Comunicação de Aracati, oferecendo serviços e prestando informações à comunidade. Além disso, foi aberto um espaço para reflexões sobre o papel da mulher na sociedade atual, ampliando-se as discussões no período da tarde com oficinas promovidas no Campus da FVJ, que trataram de questões como autoestima, saúde e direitos da mulher.
Ângela defendeu que os estudantes, além de terem um conhecimento técnico específico, precisam ter um conhecimento da conjuntura por estarem contextualizados dentro de uma realidade social, econômica e regional diferenciada. “É justamente a nossa missão: formar líderes que possam influenciar e que tenham capacidade de reflexão. Nós precisamos formar pessoas tolerantes que tenham uma consciência crítica do seu papel como cidadãos”, disse a coordenadora.
Esse pensamento crítico já faz parte da rotina de Rayanna Gomes, aluna do 1º período de Serviço Social. Para ela, o Dia Internacional da Mulher “não é só lembrar das flores, mas também das dores”. A acadêmica se posiciona, ainda, sobre a violência contra a mulher. “É importante que essas informações sejam compartilhadas, para que as mulheres que não têm noção dos seus direitos possam buscá-los e lutar para que tudo ocorra bem”, concluiu.
Para Jeyson Simões, aluno do 3º período de Serviço Social, a cultura do machismo precisa ser desconstruída para que exista igualdade entre homens e mulheres. O estudante acredita que as lutas são necessárias para que as mudanças aconteçam. “Reivindicando, conscientizando através de políticas públicas, a gente vai plantar uma semente e essas desigualdades que existem hoje vão diminuir. Então a luta pelos direitos das mulheres é também uma luta por igualdade”, argumentou.
Diagnóstico situacional
À noite, encerrando a programação da Semana da Mulher, a coordenadora Ângela Madeiro, as professoras Raquel Vieira, Caroline Magalhães, Janete Pereira e a coordenadora do curso de Enfermagem, Neuma Nogueira, compuseram a mesa do seminário realizado para apresentar o diagnóstico situacional preliminar da violência contra a mulher na cidade de Aracati.
O estudo vem sendo feito pelos alunos há dois anos por meio de um intenso trabalho de pesquisa bibliográfica e documental, levantamento de dados junto à delegacia regional, Secretaria Municipal de Saúde e Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas). “Não estamos fazendo política pública. Nós somos uma academia, mas podemos contribuir… Esse documento vai influenciar e está sendo uma contribuição objetiva e científica, porque tem um rigor científico dessa pesquisa para as políticas públicas de Aracati”, ressaltou a coordenadora Ângela.
Além da contribuição social do diagnóstico, essa experiência também tem um impacto positivo na vida dos estudantes. De acordo com Ângela, ao realizarem o estudo “eles entenderam que há um viés investigativo da profissão e que a formação profissional não é só ficar na sala de aula olhando o professor passar conteúdo. Eles têm que investigar, estudar e produzir conhecimento”.
Feminismo e empoderamento
Ainda durante o seminário, a professora Raquel Vieira pontuou as principais vertentes do movimento feminista e declarou que o mesmo é necessário para lutar por uma sociedade mais igualitária e contra o machismo. “Uma palavra que hoje se escuta muito é sororidade. Nós mulheres somos todas irmãs. Precisamos desconstruir essa ideia de que somos inimigas. Eu desejo um mundo de igualdade de gêneros”, finalizou.
Um momento que rendeu muitos aplausos foi durante o pronunciamento da diretora geral da FVJ, Maryland Bessa, que deixou sua mensagem a todas as mulheres e expôs sua experiência no cargo que ocupa. “Eu sou mulher, estudei, tenho mestrado e doutorado na área da educação. Estou empoderada desse cargo, mas também estou empoderada de mim mesma. E abram alas que nós queremos passar, porque nós somos mulheres”, declarou.