2 de julho de 2024
Venho falar para uma casa formada de pessoas que, em sua maioria, trabalham com a mente, com as ideias e com dados da ciência. Sei que nem todos são filósofos e cientistas, mas todos são chamados a manifestar algo que sabem ou que aspiram para suas profissões, para o mercado e para a comunidade. E as ideias têm consequências. Segundo Victor Hugo, “não há nada mais forte do que uma ideia cuja hora é chegada”. “Mude as ideias e você poderá mudar o curso da história”, dizia Edmund Burke.
A homenagem de que sou alvo, na celebração de 24 anos dessa instituição de ensino superior, deve ser entendida como um misto de nostalgia de um passado que se foi e da afirmação atual de um centro universitário, com perspectivas e projetos que vão além das fronteiras do Aracati. Algo construímos desde 2006, data em que recebemos a faculdade embrionária do Vale do Jaguaribe. Lembro aqui a figura da professora Maria das Neves, conhecida como Nevinha, originária do Rio Grande do Norte, que tanto lutou pela abertura desta academia. Hoje, como Centro Universitário, a antiga FVJ se desprende das amarras de uma faculdade e aparece com o brilho de novos cursos, novas metodologias e novos saberes.
Gostaria de lembrar que a Unijaguaribe é, de certa forma, sucedânea de uma ideia maior que, no passado, moveu a universidade do Vale do Acaraú, ou seja, a interiorização do ensino superior do Estado do Ceará. Foi, sem dúvida, uma excelente iniciativa do então reitor José Teodoro, da qual pude participar como dirigente do Instituto Dom José, durante 9 anos.
Cabe também salientar que esta instituição, embora tocada pelos homens, nunca esqueceu os valores do Evangelho de Fé, de Esperança e de Amor, tão bem vividos por Maria Mãe de Jesus, aqui presente, em santuário próprio. Assim é que ao ingressar neste Campus, sinto- me inserido não só num templo de estudo e cultura, mas também num ambiente de espiritualidade cristã.
O Título “Doutor Honoris Causa”, recebido neste dia, tem muita significação para mim. Em primeiro lugar é, com certeza, o último título que recebo na área acadêmica, mesmo que de forma honorífica, após 52 anos de trabalhos e atividades em torno da educação. Em segundo lugar, esse grau de doutor me está sendo conferido pela instituição que ajudei a construir. E, finalmente, o reitor deste centro universitário é, no momento, o meu filho Antônio Henrique, que, em companhia de sua esposa Ana Claudia, deixou seus afazeres em Fortaleza para levar adiante um projeto que se tornou um patrimônio da comunidade aracatiense. Por tudo isso sou grato, pois essas circunstâncias estão intimamente ligadas à minha trajetória de vida e à de minha esposa Lucia Helena. Essa, mais do que todos, esteve sempre ligada aos momentos de glória e de dificuldades dessa instituição tão querida.
Agradeço de coração à diretoria, aos professores e aos demais colaboradores essa homenagem que me proporcionou tamanha alegria.