Na noite da última quinta (12), o Curso de Direito promoveu uma mesa redonda que trouxe como tema o “Feminicídio e a Proteção das Mulheres”. O debate contou com a participação do delegado de polícia, Dr. Wagner Luiz de Lima, da Prof.ª Ma. Luana Castelo Branco e do Prof. Me. Evandro Alencar.
“O evento foi promovido pela coordenação do Direito, em razão ao Dia da Mulher. Nosso intuito foi suscitar reflexões acerca dos altos índices de feminicídio e violência doméstica contra as mulheres”, explicou a professora Luana.
Durante o debate, a professora contextualizou a evolução dos direitos das mulheres ao decorrer dos anos, enquanto Dr. Wagner Luiz, delegado de Aracati e Especialista Penal e em Processo Penal, fez uma abordagem sobre o feminicídio e a violência doméstica, inclusive no município de Aracati, e o professor Evandro realizou uma análise sobre a violência contra a mulher estar relacionada à necessidade de mudanças comportamentais em razão do patriarcado presente em nossa sociedade durante séculos.
Para a aluna do Curso de Direito, Francisca Ivanete dos Santos, que acredita na importância de palestras como estas, com temas atuais, urgentes e de interesse social, “a professora Luana, com muita segurança e clareza, abrilhantou com a explanação sobre os direitos das mulheres ao decorrer das décadas, leis essas que acompanham o avanço da mulher diante à sociedade.”
Ivanete também destacou as falas do delegado Wagner, que mostrou a realidade e as dificuldades enfrentadas no dia a dia, e como na prática as leis não conseguem atingir seus objetivos por falta de estrutura social, assim como as palavras do professor Evandro que acrescentou esclarecendo os tipos de agressões das mais simples às mais complexas, como as psicológicas.
O feminicídio é um tipo de homicídio praticado contra a mulher especificamente devido à condição de gênero. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídio. E no Ceará, mais de 2 mil mulheres foram mortas entre 2007 e 2017, de acordo com dados evidenciados pelo Atlas da Violência 2019. Sendo assim no Nordeste, apenas a Bahia, com 4.351 mortes, supera o Ceará.
“Como mulher, vejo que temos que expandir a cada dia em todos os segmentos, recuperar o tempo em que fomos INVISÍVEIS. Amo esses encontros que abordam a realidade feminina e suas conquistas na sociedade”, finalizou a aluna.