22 de novembro de 2024
Concedidos os títulos de Doutor Honoris Causa às três personalidades aqui laureadas – o primeiro evento do gênero na Faculdade do Vale do Jaguaribe – estamos certos de que tivemos hoje uma noite de luz que se projeta sobre as mentes dos que fazem esta Faculdade e daqueles que nos vêem na missão sagrada de formar cidadãos e profissionais para o desenvolvimento da sociedade de nosso Estado. Assim, cabe, nesta hora, um olhar sobre a vida da FVJ aos 18 anos de fundação. Seu aniversário nos traz alegria e, ao mesmo tempo, um chamamento para a reflexão.
A Faculdade é sonho e realidade. Iniciados seus trabalhos no último ano do século passado, por um grupo de educadores entusiastas, a Faculdade passou às nossas mãos em dezembro de 2006.
Na medida em que avançamos, observamos que sonho e realidade se entrelaçam e que nos obrigam a uma adaptação constante. Pensamos, muitas vezes, que vai vir o inevitável e vem o inesperado. Ser realista, portanto, é reconhecer o emergente, o que surge de repente, e saber adaptar-se a isso. A nossa vontade não é lei, mas isso não é razão para se ficar conformado.
Com mais de uma dezena de cursos autorizados pelo MEC, trabalhamos numa sociedade que é cada vez menos organizada e mais conectada. Como a emergência do novo é fator que movimenta a sociedade, não podemos na FVJ simplesmente repetir o passado e seguir modelos de fora. Algo original temos que gerar, pois quem não reconhece as mudanças vai julgar o presente pelo passado e, consequentemente, ter uma reação de medo diante do desconhecido.
A missão de educar e formar líderes é árdua, tanto mais porque as inovações tecnológicas afetam a todos de maneira imediata e direta. Inovadora deve ser, então, a educação das pessoas para viver numa sociedade de apressadas mudanças, ou seja, num mundo fluido e volátil. No passado, a identidade de um acadêmico vinha do pertencimento a uma instituição educacional. Hoje cada universitário pensa e decide por si. A solidariedade, pois, tornou-se virtual e variável.
Esses fatos mostram que a Faculdade tem que rever, a cada momento, seu “munus” de educar e ensinar. A grade curricular dos seus cursos, as metodologias empregadas e a avaliação dos seus alunos devem sofrer constantes alterações por força do dinamismo cultural e tecnológico. Portanto, ser atual e ser competente na formação de líderes é ter a capacidade de olhar para frente, captar o emergente e pensar o futuro.
Com 18 anos de trabalho, a FVJ procura definir agora seus pontos internos de mudança e conectar-se cada vez mais com a realidade das inúmeras comunidades do Vale do Jaguaribe e da Costa Leste do Estado. Muitos programas estão sendo realizados e outros tantos gerados, no sentido de aproximar o universitário de sua realidade, transformando-a com o poder da crítica e da técnica.
Ao longo dos últimos anos, a FVJ tem feito um esforço constante no sentido de evitar o descompasso entre o dinamismo da sociedade e sua estrutura educacional. Para isso, reativou o Instituto do Vale do Jaguaribe para a realização de projetos sociais e educacionais ousados, pois as respostas às perguntas de hoje não são as do passado. As respostas do futuro estão sendo inventadas aqui e agora. Aos 18 anos a FVJ se reinventa.
Meus caros laureados, a vida de vocês nos encanta e, por essa razão, fomos impulsionados a conceder-lhes esse título. Suas vidas são uma referência para a comunidade acadêmica, sobretudo para aqueles que se preparam para uma vida profissional futura. Seja qual for o ramo da atividade a que se dediquem, todos precisam ser, como vocês são, gente competente, culta, atual, dedicada ao serviço da comunidade e com profundo amor ao próximo. Aos três, os meus mais sinceros parabéns, fazendo votos que continuem a despertar o interesse dos jovens pelas virtudes que lhes são tão caras.